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Metas que funcionam – resoluções de ano novo

Foto do escritor: Franciele MaftumFranciele Maftum

Atualizado: 30 de jun. de 2020


Qual é a melhor maneira de fazer boas resoluções de ano novo? Essa pratica é muito comum entre nós, chegar ao final do ano e planejar o que queremos fazer de diferente para o próximo. A maioria das pessoas prometem coisas para si mesmo e ao chegar ao final do ano, ao perceberem que não conseguiram atingir suas metas, acabam frustradas. E é muito ruim a gente viver durante o ano o processo de escassez, de não conseguir fazer as coisas, sempre se sentindo na falta com a gente mesmo.

Isso tem uma explicação, nós estamos pensando errado e as nossas metas para o próximo ano são feitas de forma equivocada. Pra falar a verdade não sei de onde vem a tradição de escrever as novas metas para o ano que vai começar, mas, independente disso, costumamos fazer uma lista gigante de metas desafiadoras para que a gente consiga ser feliz. E é exatamente nessa “lista gigante” que está o nosso erro. O que a neurociência nos mostra é que não é dessa maneira que vamos conseguir atingir nossas metas, ela veio nos dar uma luz do que é plausível; saudável e possível de fazer em relação ao que a gente vai aplicar de mudanças em nossas vidas.

Como já falamos, é muito comum a gente escrever uma lista de metas para desenvolver durante o ano. Por exemplo, na minha vida pessoal eu quero mudar de emprego, fazer um curso, aprender a fotografar, passar mais tempo com minha família, viajar mais, emagrecer, engordar, entre outros. A gente até pode conseguir cumprir toda a nossa lista de mudanças durante um ano inteiro, mas sem uma organização mental, essa tarefa acaba nos adoecendo – ansiedade, estresse, alguns sintomas de depressão, etc. Isso porque ficamos com a sensação de não conseguir, de não ser capaz, de não dar conta e sempre acabamos nos perguntando: Como que tem outras pessoas que conseguem e eu não?

Existem algumas explicações para essa pergunta e, dentre elas, está os resultados de diversas pesquisas – que iniciaram com David Rock – em que o nosso cérebro só consegue assimilar e criar memória de aprendizagem (parte basal do nosso cérebro), com duas coisas novas por vez. Além disso, inúmeras outras pesquisas comprovam essa explicação, por exemplo: a pesquisa que chamamos de “Dual Task”, realizada por eletrocefalograma ou através de imagens do cérebro, demonstra, enquanto os participantes da pesquisa estão ligados nesses aparelhos, que ao serem solicitados pelos pesquisadores para realizarem uma tarefa cognitiva (por exemplo) juntamente com outra tarefa simultânea, a grande maioria das pessoas conseguem manter o foco em ambas atividades. O que já não acontece quando se acrescenta uma terceira atividade simultânea, pois a terceira tarefa faz com o nosso cérebro entenda que precisa priorizar alguma das três atividades.

Esse é o motivo, por exemplo, para a sensação de estarmos sobrecarregados quando mudamos de cidade ou de emprego. Porque não é só a mudança em si, mas, geralmente, nós precisamos mudar, também, de transporte, de caminho, de horários, etc.

Apesar das pesquisas, eu, Franciele, prefiro escolher apenas uma mudança por vez e só passar para a próxima quando percebo que a primeira mudança já virou um hábito. Eu acredito ser mais efetivo, para mim, focar em uma coisa por vez.

Então, a dica que eu tenho para as suas resoluções de ano novo é para você não fazer uma lista com 700 coisas que deseja mudar. Faça com duas e dessas duas, escolha a primeira que você vai aplicar no primeiro trimestre do seu ano. Por exemplo: até março de 2020, eu vou mudar o meu hábito alimentar ou começar a aprender inglês.

E você deve estar se perguntando, mas será que não dá para fazer tudo ao mesmo tempo mesmo?

Dá! Porém, você irá demorar mais tempo para resolver cada coisa, você irá ficar mais cansado e mais estressado e, em algum momento, você irá falhar. E quando nós falhamos o nosso cérebro não emite uma mensagem de que falhamos em apenas um dos nossos objetivos, nós sentimos como se tivéssemos falhado em todos. Nesse momento, entramos naquele processo antecipatório de ansiedade e desistimos com mais facilidade.

Então, esse ano tente fazer dessa forma: escolha 2 metas por semestre. Invista na primeira meta em um primeiro momento e quando sentir que já está adaptado à primeira mudança passe para a segunda. Eu te garanto que você irá passar por esse processo de forma muito mais eficiente e muito mais saudável.

Agora, presta bastante atenção: se você já tiver em algum processo de mudança (mudança de emprego, de cidade, mudança de faculdade), priorize esse processo de mudança que está acontecendo na sua vida. Selecione um objetivo de cada vez dentro desse seu processo para você focar, por exemplo: nessa primeira semana eu só vou arrumar a casa; nesse primeiro mês, eu vou me adaptar com o novo horário. E só depois você começa a pensar nas suas resoluções de ano novo.

Nós precisamos aprender a dividir a nossa energia de maneira saudável, as mudanças grandes precisam que a gente administre e aceite que está passando por um processo emocional difícil e que não é possível colocar mais metas para serem cumpridas simultaneamente.

A gente precisa entender que o nosso sistema nervoso, durante os processos de mudança e aprendizagem, irá enfraquecer e que vamos precisar de mais apoio e mais ajuda das pessoas próximas, pois é muito difícil conseguir fazer essas mudanças estando sozinho.

Então as duas principais dicas que dou para as suas resoluções de ano novo são:

1. Foque em duas mudanças por semestre, comece com uma e quando se sentir preparado, passe para a segunda.

2. Não queira fazê-las sozinho: a gente precisa de conexão para aprender, para mudar, para assimilar, para ser feliz. A conexão é uma pauta de felicidade e de aprendizagem. Envolva as pessoas no seu processo, seja ele qual for.


Franciele Maftum


Assista esse conteúdo em vídeo clicando aqui.

 
 
 

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